sábado, 4 de julho de 2009

QUEM ÉS TU CRIANÇA


Figura miúda, rosto magro, boca bem desenhada , uns olhitos cor de mel assustados, como os de um passarinho ferido acabado de sair do ninho! Olhei-te, estudei os teus movimentos, e via-te a tremer, parecias indefeso. Não consigo deixar de pensar no teu rosto, e na maneira como te seguravas, com os teus braços magros e sem força !
Porque sofres tu Criança ? Quem foi que te fez sofrer dessa maneira ? Quem te tirou o sorriso de menino, de pouco mais de dez anos!
Como eu gostava de te poder ajudar, mas não posso! Não tenho o direito de te fazer perguntas, porque sou uma mera passageira da mesma carruagem, do comboio da vida!
Não vou esquecer o teu rosto, e o teu sofrimento, mas pela minha face vai cair uma lágrima por ti CRIANÇA !

terça-feira, 2 de junho de 2009

O QUE SOU


O que sou Eu afinal neste universo do querer
Já fui guerra, já fui Paz
já tive ódio de morrer,
hoje já não sou mais nada...
porque nada quero ser
Já fui alcoólica nata,
sem nunca álcool beber,
já fui menina rebelde,
e não pedi p`ra nascer!
Já fui seara de trigo,
num campo ao entardecer,
ondulada pelo vento,
eu já pedi p`ra morrer!
Fica no ar a pergunta
a quem me possa responder
quem sou eu afinal ?
neste mundo do querer
Sou o que sou, nada importa
Sou Mulher viva.
Não Mulher Morta

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A tua Espera Luar

Hoje o Luar não vem, a lua está triste, as nuvens fizeram um manto a tapar a terra, e ela só muito aos poucos vai aparecendo.
Umas gotas de água começam a cair, será que a lua também sabe chorar, porque hoje não pode brilhar sobre a terra... Ou o luar deixou alguém enfeitiçado e a lua está com ciúmes!
Hoje o luar não pode iluminar os bancos de alguns jardins, onde os namorados trocam juras de amor ,os pescadores que partem para o mar, onde a lua se vem reflectir para ver se está bonita, e o meu quarto ficou mais escuro, porque hoje não pode vir brincar com os cortinados da minha janela. Mas eu vou ficar á espera que apareça, que me venha dar o habitual beijo de boas noites, um habito antigo a que nem ele nem eu podemos passar, A um canto
da minha janela vou , olhando a noite e esperando que a lua o deixe voltar

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A lua e o rio

Quando as estrelas aparecem no firmamento, quer dizer que há noite há luar.
E eu estou pronta para olhar o céu, e muitas vezes ficar sentada até o sono chegar, faz calor nessas noites; são noites quentes de verão, e no Ribatejo ouvem-se as cigarras e os grilos ao desafio, sabe bem estar no terraço da casa mas as osgas sobem pelas paredes, e a mim arrepiam-me, conseguem ver-se nitidamente, não as mato, coitadas também têm direito á vida.
A lua passa por entre os ramos e vai reflectir-se no rio como se fosse um espelho, e os seus raios brilham mas águas calmas do Tejo. Apetece um banho naquele rio tranquilo, não seria a primeira vez se o fizesse, quantas noites de luar iamos ao rio para tomar banho, nem precisavamos de tirar a roupa . Já de madrugada, a lua começa a sua trajectória para o principio da manhã, e os primeiros raios do sol começam a brilhar no firmamento o luar passou a dia claro!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Baile das Andorinhas


Final de tarde de um Setembro já distante, sentada a porta da avó via o serpentiar da estrada que me parecia longa, mas que mais não tinha que alguns metros,nos meus passinhos de criança, era para mim uma grande distancia. A acompanhar a curva da estrada, os postes da electricidade, e os fios dos telefones, era ver as andorinhas a juntarem-se antes da noite chegar. A tarde caia mas o calor ainda se fazia sentir, e então começava o baile de fim de tarde, antes de recolherem aos ninhos nos beirais, da adega velha, ou nos pilares da velha ponte... Eram aos bandos, levantavam vou-o, e vinham quase a varrer o chão, de tão baixo que voavam, cruzavam umas nas outras sem nunca se tocarem, faziam subidas e descidas, embaladas pelo vento, e eu ficava horas a vê-las subir e descer, queria juntar-me a elas na minha imaginação de criança, mas corriam a estrada, para depois voltarem a vir voar para bem perto de mim. A noite começava a cair, e tambem elas começavam a voltar aos beirais , e a avó dizia; Nita vem p"ra dentro as andorinhas já foram dormir

domingo, 3 de maio de 2009

A ti Mãe

Mãe, mesmo não tendo nada a ver contigo, de sermos completamente diferentes, de até a vida nos ter separado para sempre, vais ser sempre a minha Mãe.
Fui feliz tendo uma avó fabulosa, uma avó que foi mãe e avó ao mesmo tempo, que secou as minhas lágrimas que acalmou as minhas noites, que me embalou e contou histórias de criança, que me ensinou a ser feliz. A ti Mãe, não te posso tirar o nome, mas também não te posso dar o amor e o carinho que dei á minha Avó.
Mãe não se empresta não se dá aos bocadinhos, está presente nos bons e maus momentos, mas nesses tu não estavas, e eu tinha a minha Avó.
Criaste um vidro invisível, que ao mais pequeno toque gelava, foste tu mãe que me afastaste de ti, que nunca deixas-te aproximar-me, ou foi a vida que nos afastou!
Mas mesmo assim quero que saibas que ainda gosto muito de TI
Cavalos á solta

Criança menina eu não quero crescer
correr pelos campos gosto de o fazer.
Atraz dos cavalos gosto de andar,
gritar-lhes bem alto para os espantar
Faze-los fugir e a crina abanar
para eles no rio se irem banhar.
Festinhas lhes faço para os acalmar
o nome lhes dou para os chamar.
Formoso, Bonito, Malhado e Tritão,
eram os cavalos da minha paixão.
Pelo campo corria com o Alazão,
e a macã lhe dava para o chamar á mão